Ontem atendi uma paciente que apresenta vários sintomas físicos e emocionais afetados pela desvalorização de si mesma, o foco é trabalhar fortemente a auto estima, a auto valorização e o amor próprio dela, e vou usar o exemplo dela para falarmos um pouco sobre este tema tão importante e essencial para qualquer ser humano ser feliz na vida.

O que me preocupa muito é que este caso não é um caso isolado no mundo, são muito comuns pacientes que chegam na Consulta de Avaliação Psicoterapêutica sem saber qual a sua identidade, sem saber do que gosta de fazer no seu dia a dia, até mesmo para escolher uma comida. Pessoas que mudam sua vida e suas rotinas para se adaptarem à um trabalho que não o deixa feliz, à um relacionamento doentio ou mesmo ser incluído em grupos de amigos ou porque acredita que a sociedade espera determinado comportamento delas.

No caso desta minha paciente, ela tem medo de cobrar um valor justo pelo trabalho dela e perder clientes, muitas vezes trabalha sem cobrar nada, se submete ao que o cliente oferece sem apresentar os valores dela. Ela se culpa pelos relacionamentos amorosos que não deram certo e se questiona o que foi que ela fez de errado que levou ao término, à traição do outro. Se cobra perfeição, não pode demonstrar fraqueza ou expor qualquer vulnerabilidade nas redes sociais ou no seu meio de convivência diário.

Ela engole sapos, sempre se doa ao máximo, faz tudo pelos amigos, conhecidos, namorados. E não recebe o mesmo de volta, o que a faz se sentir sobrecarregada, com dores no corpo, com uma tristeza profunda, com problemas para conseguir dormir ou de insônia durante a noite.

O motivo de tudo isso? No geral, são pessoas que aprenderam em algum momento da vida que precisavam dar mais do que receber, que precisavam servir e ajudar, sem pedir em troca, pessoas que eram muito cobradas na infância, que eram muito julgadas, e muitos têm crenças de que dinheiro é sujo, que pessoas ricas são ruins e arrogantes, com isso não se sente merecedor de receber dinheiro, mesmo que conscientemente queira, existem crenças enraizadas na caixinha preta da mente que o fazem se desvalorizar e desmerecer em seu meio pessoal e profissional. E enquanto não mudam valores e crenças, não se tratam traumas e as dores que existem do lado de dentro, a vida não flui, a felicidade não vem.

Cada pessoa carrega uma história, tem experiências diferentes durante a vida e precisa de cuidados profissionais diferentes no consultório, mas olhar com amor para si mesmo é o primeiro passo, buscar se conhecer, meios de se valorizar, de se reconhecer como o ser único que se é, de se respeitar e aceitar sua história, suas falhas e acertos, respeitar seus gostos, suas idéias, sua evolução.

Amor próprio, autoconhecimento e inteligência emocional são tão necessários na vida das pessoas quanto o alimento que se come. Os três primeiros alimentam a alma, a mente, o coração, e o último alimenta o corpo físico. Cada “combustível” com suas funções no alimentar do corpo físico, mental, emocional e energético. Todos com a mesma importância! Se valorizar é cuidar da sua saúde, dos seus desejos, do seu coração. Comece!

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